25 de agosto de 2009

Beleza pra que, beleza pra quem?

Academia, regime, cosméticos, cirurgias, drogas, academia, regime, cosméticos... Tudo isso é apenas parte de um ciclo vicioso que tem por objetivo a perfeição estética. Beleza plástica, igual, superficial. Há décadas somos escravos da aparência e dos “benefícios” que atribuímos a ela. As justificativas para a busca do “ideal” de beleza – mesmo que essa beleza não seja ideal para aquele que a busca – estão relacionadas geralmente com as pessoas que poderão ou não aprovar as mudanças, e muito pouco com aquele que se submete as mesmas. Os exemplos mais comuns são “para conseguir emprego” ou “arranjar um parceiro”.

É a destruição do próprio corpo através de remédios para emagrecer, regimes que nunca terminam, horas a fio na academia, cremes para todas as áreas do corpo e as chamadas “cirurgias de correção” – que prometem deixar “seu nariz mais adequado ao rosto”... Ou seria ao quadril? De qualquer forma, o que importa mesmo é estar adequado – E muitas vezes o excesso dessas atividades pode causar sérios danos à saúde tanto externa quanto interna, como distúrbios alimentares, vigorexia, disfolia, perda de memória, reações alérgicas, dentre tantos outros malefícios que essa incessante busca por um padrão de beleza pode proporcionar. Tudo isso para apenas ser socialmente aceito. Para serem vistos como parte de um todo, esse representado por uma enorme massa alienada que se considera “perfeita”. Perfeitamente modelada. “Beleza para os outros, complicações para mim. Mas tudo vale a pena se for para deixar todos a minha volta de queixo caído.”

Não deveríamos permitir que os “julgadores de corpos” – principalmente a mídia e quem aparece nela - ditem as regras. E, além disso, não deveríamos nos deixar levar por essas padronizações, pois somos nós as maiores vítimas e também os piores julgadores. A socidade, acima de tudo, legalizou o uso da beleza como pré-requisito para o sucesso em qualquer área profissional ou mesmo para a mínima interação social. Deveríamos ser julgados por nossas idéias, não por nossas medidas.

24 de junho de 2009

Teleton para políticos de Brasília

Devo admitir que o nosso poder legislativo evoluiu muito desde Talião (1780 a.C.), entretanto, a lei do “Olho por olho, dente por dente” mantém-se bastante justa devido ao ponto de visto da igualdade – Virtude esta que se deturpou e cuja reciprocidade é intermediada por valores sociais e pelos abonos por trás dos bastidores da justiça – Mas ainda sim houve uma mudança na visão da sociedade, pois essa começou a achar que as penas eram as vezes desumanas e por muitas das penas não serem direcionadas aos causadores dos crimes, exemplo disso: Um homem mata a filha de um comerciante, por se tratar da lei da igualdade de direitos, o comerciante teria o direito de matar a filha do assassino – Mas quem realmente cometeu o crime, o homem ou sua filha? – Por casos semelhantes, houve a necessidade de redigirem as primeiras leis, cuja finalidade não era punir com a mesma moeda, e sim punir o infrator.

Agora qual das visões estaria realmente mais justa? Bom isso na verdade não sei, mas na sociedade oriental ainda conta-se com as leis semelhantes a de Talião. No Irã um homem que rouba, tem-se a mão amputada – Alguns diriam que é uma brutalidade desnecessária – Porem o terror e o medo de perder um dos membros faz com que os homens pensem duas ou mais vezes antes de cometer um crime. Uma realidade bem diferente da presente em Brasília, capital nacional e campeã de desvio de dinheiro. Será que as nossas leis tão avançadas resultaram na diminuição dos crimes do senado? Falem o que quiserem, mas é muito mais interessante uma lei cuja visão puna com mais veemência, não importando o crime. Se um político rouba os cofres públicos, acho justo roubar com a mesma dedicação a conta bancária deste político e distribuir a população. Ou melhor, já que nós brasileiros copiamos tudo que vem de fora, por que não copiar o conceito do Irã, a única despesa que teríamos seria com a nova unidade da AACD, pois o numero de “manetas” residindo em Brasília teria um índice considerável conforme o senso do IBGE.

14 de junho de 2009

"Não adianta, ...

...crescemos e ponto final!"... Sem sombra de dúvida, a conclusão do mês. Diria do feriado.

Perceber que saí da infância e entrei na adolescência fora tão lento e íntimo que cheguei a gostar. Agora, sinto que as brincadeiras de adolescente perderam a graça.
É duro ver seus anseios, vontades, lugares, amizades, amores... Num súbito mudarem, crescerem. Ascenderem.

Confesso que me apeguei demais a essa diversão. Tenho imensa saudade dos últimos anos e o quanto eles me foram esclarecedores. Mas cansei de fugir, afinal. Talvez seja hora de abrir os olhos da mente para este mundo enorme que me espera, em vez de entristecer pela falta de empolgação com a vida de outrora.

Gostaria de acrescentar, um pouco fora de contexto, que desliguei-me. Como que tirada da tomada. Meu ânimo atual é, literalmente, de velha.
Mas não me arrependo e sê-la, já que minhas motivações não poderiam ser melhores.

31 de maio de 2009

Movimento Pendular.

Há duas décadas, exatamente no dia 11 de maio, um choro acompanhado com esperneio expressava bem o que todos os habitantes da Terra sentiam em seus âmagos. Ainda estava recente a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, o que significava o enfraquecimento de uma das “Grandes Potências“ e com isso a esperança do fim de uma guerra travada pelo “medo”. Nasci em um ano marcado por mudanças, revoluções, protestos, um ano que entrou para história por conter grandes acontecimentos e pelos esforços de jovens como e eu, que por suas ações tornaram possível a chegada de uma nova era e possivelmente um futuro mais justo e melhorado.

Alguns meses depois do mês de maio, vieram os protestos na China, uma cena que todos nós nunca iremos esquecer é aquela onde um jovem chinês fica perante a passagem de um tanque de guerra - Eu estava dormindo calmamente aquele dia - Enquanto no oriente, jovens se opunham contra o governo socialista, no Brasil, pensava-se nas grandes inflações e em como faríamos as compras no começo do mês.

Provavelmente eu tenha gritado junto com meus pais - Mesmo inconscientemente - Quando em Novembro o Muro de Berlin fora derrubado. Depois de três fatos históricos envolvendo a decadência do sistema socialista, estava claro que o massacre e o medo constante estavam com seus dias contados. Em 1939 o mundo já havia se tornado um verdadeiro filme de Hollywood, desde os genocídios e os campos de exterminação, aos fantásticos avanços da medicina e as conjurações robóticas. A partir da ascensão de Hitler, até o fim de fato da guerra “sem sangue”, foram 60 anos de conflitos constantes, não era de se admirar que chegado 1991 com o fim da URSS todos saíram às ruas para comemorar.

Alguns historiadores tiveram até receio em afirmar que, em 1990, com a unificação das Alemanhas Oriental e Ocidental, fosse chamado de 3° “Heich” por conta de não provocar mais atritos e lembranças como o holocausto e de todas as barbaridades que vieram a ser reveladas a partir de 1945.

Provavelmente eu dava os meus primeiros passos em direção ao berço quando em 1991, Gorbachev anunciava a falência do sistema socialista, dando lugar ao imperialismo norte-americano, e possivelmente eu caí e chorei da mesma forma que muitos marxistas ao saberem que o ideal comunista voltava novamente para o “plano das idéias”.

Mas, e vinte anos depois da queda do muro de Berlin? Será que os avanços científicos e econômicos constituíram um cenário mais justo e humano? Logicamente que ao ser retórico esperava que a visão do mundo pós “cortina de ferro” fosse mais otimista. Pois sabendo que depois de anos de conflitos e chacinas em diversos pontos do globo, passamos a girar no sentido anti-horário da história entrando em um ciclo consumista e desumano, tendo valores bem próximos daqueles que foram combatidos pelas frentes de batalha do exército capitalista. O que diriam aqueles jovens que lutaram contra um governo de extrema esquerda, que visava “zelar” pelo nosso desenvolvimento mental e social? É loucura pensar que mesmo o capitalismo tendo vencido uma guerra entre dois blocos econômicos e sociais, ao seu desenrolar, fagocitou elementos típicos de um sistema socialista.

Alguém está vendo as câmeras de “segurança”? Afinal de contas quem é mesmo que estamos vigiando, a nós mesmos ou um ser do mundo das idéias que virar nos matar? É incrível como o jogo pode ser virado contra nós por pequenos pontos de vista. Bastou criar um típico medo na “prole”, que a aceitação de sermos vigiados e rastreados tornou-se algo para nossa segurança. Constrangedoramente, aquele homem cuja vida doou a ver o seu país em liberdade, esteja neste momento contorcendo-se de dor e ódio por saber que seus esforços e a sua vida não valeram de nada em pró da “liberdade”. Será que esquecemos o significado de liberdade ou já perdemos até esta virtude com o passar do tempo? Espero que a minha resposta esteja certa quando afirmo que dentro de nós o conceito de “liberdade” ainda exista, mas não aflorado, mas incubado em uma semente, esperando o momento certo para germinar.

É um verdadeiro alivio saber que história contém em si um verdadeiro ciclo, com movimentos pendulares e periódicos. Este alívio vem pelo fato de sabermos que não importa o mundo caótico que vivamos ou o sistema econômico. O homem busca em si a liberdade, e com isso valores maiores que visam o seu bem-estar. E para chegar nesse nível de evolução, o ciclo da história se repetirá com novas divergências entre idéia e a realidade, e provavelmente chegaremos a uma elevação de bem-estar bem superior, pois dentro de nós existe um instinto que nos faz buscar a melhoria, em outras palavras – Somos verdadeiros mutantes.

22 de maio de 2009

Polemica das águas

Motivado pelo “world Water Day”, não podia deixar de escrever sobre certas indignações das quais tenho por conta dessa data. Primeiramente, expresso total desmotivação pelo futuro do mundo, tendo em vista certas atitudes governamentais e de setores privados. É compreensível que vivendo em um bloco econômico dinâmico e competitivo, a visão do lucro, ou em palavras mais técnicas, “a mais valia”, tenha por si só um teor tão destrutivo e desumano.

Mas, neste caso, nós pessoas comuns deveríamos nos sentir protegidos – mesmo que pouco - pelos nossos órgãos de administração pública, os quais mostraram-se bem eficazes injetando capital no mercado e auxiliando a recuperação econômica de grandes Bancos, minimizando assim os danos provocados por uma crise brutal que assola os sonhos dos capitalistas. Infelizmente os interesses econômicos não são destinados as pessoas das quais giram as engrenagens da máquina econômica. Os grandes feitos de intervenções estatais são postas em jogo quando se trata de parceiros de porte maior, como, por exemplo, banqueiros e lavadores de dinheiros, como no caso do polêmico Daniel Dantas.

E pensar que o Estado, aquele que zela por nós, muitas vezes se passando pelo próprio Big brother. Infelizmente, nos tempos atuais, só vem atuando em empreitadas contra seus filhos. O que alguns um dia diriam ser “pátria amada”, hoje já não se sentem acolhidos “em teu seio”. O patriotismo perdeu força da mesma forma que o nacionalismo tem-se internacionalizado. Diversas vezes governantes traíram o seu povo. Sim, aqueles mesmo, os quais colocamos no posto de líder. Exemplo da falta de punhos firmes e nem um pingo de amor ao país. Vimos casos como Cochabamba, onde o governo Boliviano não teve em nenhum momento zelo pelos seus subordinados, enquanto negociava a privatização da água com a empresa norte americana Bechstel. Colocando à margem um povo sofrido e agora sem água.

Fica a grande questão: Onde os valores cívicos e humanistas não são maculados pela sujeira da indústria capitalista? Chego a dizer que para ser vivo, temos que dar mais do que a própria dedicação de não nos matarmos. O dinheiro em nossos bolsos garante um pingo de vida presente em cada um. Viver hoje não é mais uma opção, e sim, um “objeto” de desejo.

Neste dia 22 de março, comemorou-se o dia mundial da água. E com esta data trazemos a superfície do tema, absurdos como as trinta e três guerras presentes nos seis continentes, tendo em comum a disputa pelo controle hidrográfico. Mas acima de tudo, a água, um elemento essencial à vida humana vem trazendo grandes negócios. A indústria da seca no nordeste brasileiro é um dos exemplos de arrecadação de renda. Fora as mortes de crianças desidratadas nos países da África e Oriente Médio, e o assunto mais polêmico e comercial atualmente: Poluição das águas.

Tendo que na superfície terrestre apenas 2% da água é doce, não é de se admirar que disputas por esse elemento essencial a vida a cada dia aumentem. Sendo que o avanço da degradação e o descaso humano ao meio ambiente também tenham se intensificado. É de se admirar ainda mais que não tenhamos entrado em uma 3° Guerra mundial. Provavelmente o valor do litro de água não tenha atingido um preço tão alto como os cem dólares por barril de petróleo. Mas lamento em dizer que provavelmente com o aumento da poluição aos rios, mananciais e nascentes, o valor estimado por litro d’água deva ser bem expressivo nos próximos anos.

Em muitos países da África e Oriente Médio, a realidade da falta de água é bem comum, e mais comum ainda são os constantes conflitos gerados pela falta deste recurso natural.

Nós Brasileiros não convivemos com esta realidade macabra, temos litros e litros de água doce para dar e vender. Talvez achamos absurdo pensar que milhares de pessoas morrem a cada dia por conta da falta deste bem tão precioso. Nós desperdiçamos milhares de litros todos os dias, se contarmos a população nacional. O que para nós é um banho de 30 minutos, para alguns povos significa um mês de água.

Recentemente alguns temas e discussões tem acalorado os ânimos de alguns, neste caso a “Internacionalização da Amazônia” tem tido grande expressão nas pautas discursivas, já que esta possui uma grande reserva ambiental e acima de tudo um volume gigantesco de água doce. Alguns representantes de certas nações alegam que este espaço natural e paradisíaco não deva ser apenas de um único país. Logicamente, que esses estão apenas visando seus interesses de comercialização e exploração desta área valiosa, já que nos países deles não se tem recursos ambientais e hidrográficos tão abundantes.

É de se esperar que os avanços dos conflitos por água atravessem o oceano atlântico e talvez o nosso país pacífico torne-se palco de uma guerra, atualmente apelidada de “guerra d’água”.

13 de maio de 2009

"Brainstorm"

Não passamos de meras projeções. Auto-projeções. Analisamos constantemente o que somos e como deveríamos ser que nos esquecemos de ser, de fato. Preocupamo-nos tanto que deixamos de lado o que queremos e o que nos faz sentir melhor, dando espaço ao que imaginam para nós. Principalmente na aparência. E quando se trata dela, adoramos esquecer o tempo. Nos conforta a alienação temporal, tanto que acabamos escravos do tempo. Alguns querem viver mais aparentando menos, envelhecendo menos, se humanizando menos. Deformações médicas espalhadas rua afora nos enganando, e se enganando. Viver em função de aparentar não ter vivido. Engraçado pensar em como o meio - e a mídia - fazem a nossa cabeça. E digo nossa pois não fujo a essa escravização.

Ainda falando em agir de acordo com o meio, já repararam que vivemos num tempo que não podemos ser tristes? Tristeza é quase como doença. Não importam todos os conflitos e desastres que acontecem diariamente a nossa volta - mesmo que nos atinja [in]diretamente, e muitos atingem - a vida é curta demais para pensar nisso! Mesmo que não acorde em um bom dia - e acredito que todos mereçam isso - melancolia não leva ninguém a nada! Afinal, existem tantas terapias, exercícios, artifícios, produtos... Que nos sentimos na obrigação de pensar o quanto somos felizes e o quanto o mundo é maravilhoso.
Enfim, fica aqui o manisfesto de alguém que realmente acredita que a melancolia muitas vezes nos faz crescer. Como já dizia Vinicius de Moraes:

"É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não"

28 de abril de 2009

Nota Mental

Deu até orgulho do Marcelo lendo essa descrição. Mas postar que é bom, nem eu nem ele.
E sim, a cor do template, assim como nós, é irritante.