10 de maio de 2010

Desintoxicação

“Socar, matar, esfaquear e sangrar!
Por que o menino suburbano está tão revoltado?
Eu não sei!”
Michael Junior



Compre!
Use!
Consuma!
Tenha!
Recompre!
Sorria!

Expressões conativas que nos fazem ser o que não gostaríamos de ser. Temos enraizado a cultura industrial. Fazemos coisas das quais parecem normais, porem fomos modificados, moldados, uniformizados – Intoxicados.
A cada dia nos distanciamos das sociedades “contrastivas”. Esquecemos das nossas verdadeiras origens e usamos o que nos é imposto, o que é “aculturizado”. Assim somos alvos da indústria da propaganda e comércio, qual propõe um preço pela nossa felicidade.
Contudo qual seria o preço da sua felicidade? Que felicidade é essa que tanto buscamos em um consumismo voraz, sem controle? Onde encontra-se essa felicidade em meio a tantos objetos de consumo? Como saber que não será mais uma felicidades efêmeras.
Odiamos-nos a cada dia. Não sabemos exatamente quais são os motivos de nossas disputas e vontades. Apenas sabemos o que queremos – Ou pelo menos achamos . È neste ponto que compreendemos o caos que a indústria da propaganda e consumo proporciona em nossas vidas. Mais do que uma alienação ou hipnose, lavagem cerebral em massa, em pró do consumismo.
Distanciando-se das sociedades contemporâneas para entendermos uma felicidade primitiva, das quais fogem do modelo de sociedade do qual nos é vendido. Aqui venho rememorar as sociedades alternativas. Primavera de Praga na Tchecoslováquia, onde houve uma busca de valores sociais – socialismo capitalista – Porem com um olhar humanitizado. Ao atravessar o atlântico nos deparamos com varias comunidades das quais possuem um isolamento cultural, assim sobrevivendo por sua forma mais rústica, exemplo dessa convivência transcendental pode se dizer respeito as comunidades ribeirinhas onde a produção e a vida limitam-se a subsistência. Entre outras tantas que já existiram e pelo tempo e fragilidade de sua cultura, sucumbiram através da força arrebatadora da industria da cultura consumista. Resta-nos lembrar o que o falecido guru de roqueiro Raul Seixas quis nos alertar sobre uma suposta sobrevivência em uma possível e ideológica sociedade alternativa – Hoje já esquecida.
Portanto. Não seria em si o consumismo que nos mata ou nos piora. E sim a forma da qual o tratamos, quase por essencial em nossas vidas e para nossa plena felicidade. Não digo que o consumismo ou o capitalismo possa ser modificado ou desenraizado de nossas vidas. Porem vale lembrar que uma vida mais resguardada não é um caminho para o inferno. E sim uma busca real da felicidade, por mais simplória que seja.

Cultura industrial – Culturas ou costumes comerciais, fabricados , industrializados.

Sociedade contrastivas- Sociedades sem vinculo com a globalização ou com industria cultural. Normalmente sociedades de subsistência.

Aculturizado- Culturas ou costumes impostos a uma população.

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